quinta-feira, 13 de setembro de 2007

(re)pública privada

Quero provar que
Não há nada a prever;
Quero mostrar que não sou autor:
Sou apenas um ator.

Nada de novo mais uma vez,
Como já era de se esperar.
Seja o que Deus quiser
Mas nem precisa dizer:
Tenha certeza
De que sempre vai ser.

Estalo de consciência

Por tudo o que eu ainda cismo
Em não chamar de egoísmo
Penso sempre chegar depois,
Pois é o outro que sabe sobre mim
- e eu não consigo ser dois.
Falo inglês e preparo arroz;
Me vanglorio de tanta coisa
Que a própria verdade perde a cor,
E o valor eu não mudo quando falo.

Instalo um ralo na cabeça
E o desaguar das idéias
Flui bem;
Naturalmente,
Não sou o pensamento,
Mas aquele que sente;
O que faz sentido é incoerente
(porque o senso comum desmente).

Finalmente, o estalo:
Espaço = estado de consciência.